A Viagem de Frei Beto

Se algum ateu, agnóstico ou um simples cético em matéria de religião algum dia se sentiu desconfortável com a sua condição de descrente, bastaria, para mantê-la intacta e ainda mais inabalável, ler o artigo do Frei Beto na FSP, quinta, 3/06/2010.

O que é isto? Pensaria atônito. Sem respostas, teria porém uma certeza: a de não querer tomar parte desta coisa. A confusão mental de quem escreve o que escreveu Frei Beto não se compara à nada semelhante ao que poderíamos classificar como um êxtase; com o prejuízo de  soar como poesia de qualidade pra lá de duvidosa. Um maconheiro, um bêbado, preserva uma certa graça, um ar cômico em sua viagem que o absolve do patético frente a nós sóbrios que o observamos. Mas Frei Beto escrevendo em jornal? A gente espera um mínimo de compostura, de gravidade… Ao fim do artigo, nos perguntamos o que ele tomou.

Só mesmo um estado de perturbação mental explica o jorro de Frei Beto. Só mesmo quem se propõe a crer em algo, qualquer coisa, a qualquer custo, pode entrelaçar todas aquelas palavras soltas e imaginar que elas comunicam algum sentido.

É por isso que desconfiamos seriamente de toda instituição religiosa, de qualquer padre, pastor, líder espiritual ou homem que se pretenda intermediário entre outro homem e sua particular ligação com  “algo além”, se ela houver. Há sempre um quê de charlatanismo, de canastrice em toda atuação destas figuras que qualquer pessoa minimamente séria adotará uma desconfiança profilática quando cruzar com elas.

Ecologia, religião, cristianismo, profetas, bíblia, rituais católicos, Gaia, viagens estelares, cosmos, cosméticos, carne, esqueletos, ossos, beleza, cremes e feiura!!! Frei Beto é incansável. Mas nos presta um serviço inestimável, em tempos de tanta descrença na Igreja, a nós, crentes ou descrentes: a certeza de que é melhor manter distância do frei e de seus pares de qualquer denominação.